A história da web

A Internet nasceu praticamente sem querer. Foi desenvolvida nos tempos remotos da Guerra Fria com o nome de ArphaNet para manter a comunicação das bases militares dos Estados Unidos, mesmo que o Pentágono fosse riscado do mapa por um ataque nuclear.

Quando a ameaça da Guerra Fria passou, ArphaNet tornou-se tão inútil que os militares já não a consideravam tão importante para mantê-la sob a sua guarda. Foi assim permitido o acesso aos cientistas que, mais tarde, cederam a rede para as universidades as quais, sucessivamente, passaram-na para as universidades de outros países, permitindo que pesquisadores domésticos a acessarem, até que mais de 5 milhões de pessoas já estavam conectadas com a rede e, para cada nascimento, mais 4 se conectavam com a imensa teia da comunicação mundial.

Nos dias de hoje, não é mais um luxo ou simples questão de opção uma pessoa utilizar e dominar o manuseio e serviços disponíveis na Internet, pois é considerada o maior sistema de comunicação desenvolvido pelo homem.

Com o surgimento da World Wide Web, esse meio foi enriquecido. O conteúdo da rede ficou mais atraente com a possibilidade de incorporar imagens e sons. Um novo sistema de localização de arquivos criou um ambiente em que cada informação tem um endereço único e pode ser encontrada por qualquer usuário da rede.

Em síntese, a Internet é um conjunto de redes de computadores interligadas que tem em comum um conjunto de protocolos e serviços, de uma forma que os usuários conectados possam usufruir de serviços de informação e comunicação de alcance mundial.

Histórico

Desenvolvida pela empresa ARPA (Advanced Research and Projects Agency) em 1969, com o objetivo de conectar os departamentos de pesquisa, esta rede foi batizada com o nome de ARPANET.

Antes da ARPANET, já existia outra rede que ligava estes departamentos de pesquisa e as bases militares, mas como os EUA estavam em plena guerra fria, e toda a comunicação desta rede passava por um computador central que se encontrava no Pentágono, sua comunicação era extremamente vulnerável.

Se a antiga URSS resolvesse cortar a comunicação da defesa americana, bastava lançar uma bomba no Pentágono, e esta comunicação entrava em colapso, tornando os Estados Unidos extremamente vulnerável a mais ataques.

A ARPANET foi desenvolvida exatamente para evitar isto. Com um Back Bone que passava por baixo da terra (o que o tornava mais difícil de ser interrompido), ela ligava os militares e pesquisadores sem ter um centro definido ou mesmo uma rota única para as informações, tornando-se quase indestrutível.

Nos anos 1970, as universidades e outras instituições que faziam trabalhos relativos à defesa tiveram permissão para se conectar à ARPANET. Em 1975, existiam aproximadamente 100 sites. Os pesquisadores que mantinham a ARPANET estudaram como o crescimento alterou o modo como as pessoas usavam a rede. Anteriormente, os pesquisadores haviam presumido que manter a velocidade da ARPANET alta o suficiente seria o maior problema, mas na realidade a maior dificuldade se tornou a manutenção da comunicação entre os computadores (ou interoperação).

No final dos anos 1970, a ARPANET tinha crescido tanto que o seu protocolo de comutação de pacotes original, chamado de Network Control Protocol (NCP), tornou-se inadequado.
Em um sistema de comutação de pacotes, os dados a serem comunicados são divididos em pequenas partes. Essas partes são identificadas de forma a mostrar de onde vieram e para onde devem ir, assim como os cartões-postais no sistema postal. Assim também como os cartões-postais, os pacotes possuem um tamanho máximo, e não são necessariamente confiáveis.

Os pacotes são enviados de um computador para outro até alcançarem o seu destino. Se algum deles for perdido, ele poderá ser reenviado pelo emissor original. Para eliminar retransmissões desnecessárias, o destinatário confirma o recebimento dos pacotes.

Depois de algumas pesquisas, a ARPANET mudou do NCP para um novo protocolo chamado TCP/IP (Transfer Control Protocol/Internet Protocol) desenvolvido em UNIX. A maior vantagem do TCP/IP era que ele permitia (o que parecia ser na época) o crescimento praticamente ilimitado da rede, além de ser fácil de implementar em uma variedade de plataformas diferentes de hardware de computador.
 
Nesse momento, a Internet é composta de aproximadamente 50.000 redes internacionais, sendo que mais ou menos a metade delas nos Estados Unidos. A partir de julho de 1995, havia mais de 6 milhões de computadores permanentemente conectados à Internet, além de muitos sistemas portáteis e de desktop que ficavam online por apenas alguns momentos.

A criação da World Wide Web

O Gopher foi um sistema de recuperação de informação usado no início dos anos 90, oferecendo um método de entrega de menus de links para arquivos, recursos de computadores e outros menus. Estes menus puderam atravessar as fronteiras da computação atual e usar a Internet para obter menus de outros sistemas. Eles foram muito populares com universidades que buscavam oferecer informação dentro do campus e grandes empresas procurando centralizar o armazenamento e gerenciamento de documentos.

O Gopher foi criado pela Universidade de Minnesota. Em Fevereiro de 1993, ela anunciou que começaria a cobrar taxas de licença pelo uso de sua referência de implementação do servidor Gopher. Como consequência, muitas empresas começaram a buscar alternativas ao Gopher.

A Organização Europeia para Investigação Nuclear (CERN), na Suiça, tinha uma alternativa. Tim Berners-Lee estava trabalhando em um sistema de gerenciamento de informação, no qual o texto poderia conter links e referências para outros trabalhos, permitindo o leitor a pular rapidamente de um documento para outro. Ele havia criado um servidor para publicar este tipo de documento (chamado hipertexto) bem como um programa para lê-lo, que ele havia chamado de “WorldWideWeb”. Este software foi lançado em 1991, entretanto, ele teve dois eventos que causaram sua explosão em popularidade e a eventual substituição do Gopher.

Em 20 de Abril de 1993 o CERN lançou o código-fonte do WorldWideWeb em domínio público, então qualquer um poderia usar ou construir algo sobre o software sem nenhuma taxa.

Então, mais tarde no mesmo ano, o Centro Nacional de Aplicações de Supercomputação (NCSA) lançou um programa que combinava um navegador web e um cliente Gopher, chamado Mosaic. Ele estava disponível originalmente apenas para máquinas Unix e em forma de código-fonte, mas em Dezembro de 1993 saiu uma nova versão do Mosaic que podia ser instalada em Apple Macintosh e Microsoft Windows. O Mosaic viu sua popularidade aumentar rapidamente, e junto com ele a Web.

O número de navegadores disponíveis aumentou drasticamente, muitos criados por projetos de pesquisa em universidades e empresas, como a Telenor (uma empresa de comunicações Noroeguesa), que criou a primeira versão do navegador Opera em 1994.

A “guerra dos navegadores”

A popularização da web trouxe interesses comerciais. Marc Andreessen deixou a NCSA e junto com Jim Clark fundou a Mosaic Communications, depois renomeada para Netscape Communications Corporation, e começou a trabalhar no que viria a ser o Netscape Navigator. A versão 1.0 do software foi lançada em Dezembro de 1994.

A Spyglass Inc. (o braço comercial da NCSA) licenciou sua tecnologia do Mosaic para a Microsoft formar a base do Internet Explorer. A versão 1.0 foi lançada em Agosto de 1995.

Em uma rápida escalada, a Netscape e a Microsoft tentaram cada qual obter uma margem competitiva em termos de recursos suportados, a fim de atrair desenvolvedores. Isto ficou reconhecida como a “guerra dos navegadores”. A Opera manteve uma pequena mas constante presença durante este período, e tentou inovar e suportar os padrões web dentro do possível naqueles tempos.
A chegada dos padrões web

Durante a guerra dos navegadores, Microsoft e Netscape estiveram focadas em implementar novas funções em vez de consertar os problemas com as funções já suportadas, e adicionaram funções proprietárias e criaram funções que competiam diretamente com funções existentes no outro navegador, mas implementadas de uma forma incompatível.

A esta altura, os desenvolvedores eram forçados a lidar com o crescente aumento do nível de confusão enquanto tentavam criar web sites, as vezes chegando ao ponto de construir dois sites diferentes para os navegadores principais, e outras vezes escolhendo suportar apenas um navegador, e bloqueando os outros de usarem seus sites. Esta era uma maneira terrível de trabalhar, e o recuo dos desenvolvedores não foi muito longe.

A formação da W3C

Em 1994, Tim Berners-Lee fundou o World Wide Web Consortium (W3C), no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, com suporte do CERN, DARPA (como foi renomeada a ARPA) e da Comissão Europeia. A visão da W3C era a de padronizar os protocolos e tecnologias usados para criar a web de modo que o conteúdo possa ser acessado largamente pela população mundial tanto quanto o possível.

Durante os próximas anos, o W3C publicou várias especificações (chamadas “recomendaçções”) incluindo o HTML, o formato de imagens PNG, e as Folhas de Estilo em Cascata versões 1 e 2.

Entretanto, a W3C não obriga ninguém a seguir suas recomendações. Os fabricantes precisam adotar os documentos da W3C apenas se eles quiserem etiquetar que seus produtos como complacentes com a W3C. Na prática, isto não tem muito valor mercadologicamente já que a maioria dos usuários da web não sabem, nem provavelmente se importam com, quem é a W3C. Em consequência disto, a “guerra dos navegadores” continuou inabalável.

A popularização dos padrões web

Em 2000, a Microsoft lançou o Internet Explorer 5 para Macintosh. Este foi um marco muito importante, ele se tornou o navegador padrão instalado no Mac OS nesse momento, e teve um razoável suporte às recomendações da W3C também. Juntamente com o suporte decente do Opera para CSS e HTML, isto contribuiu para um momento geral positivo, em que desenvolvedores e web designers se sentiram confortáveis projetando sites usando padrões web pela primeira vez.

O WaSP persuadiu a Netscape a adiar o lançamento da versão 5.0 do Netscape Nativagor até que ele esteja mais complacente (este trabalho formou a base do que é hoje o Firefox, um navegador muito popular). O WaSP também criou uma “Força-tarefa para o Dreamweaver”, para encorajar a Macromedia a mudar sua popular ferramente de desenvolvimento para estimular e suportar a criação de sites complacentes.

O popular site de desenvolvimento web “A List Apart” foi refeito no início de 2001 e num artigo descrevendo como e por que, afirmou:

Em seis meses, um ano, ou dois anos no máximo, todos os sites serão refeitos com estas normas. […] Nós podemos ver nossos conhecimentos se tornando obsoletos, ou começar agora a aprender as técnicas baseadas nos padrões.

Isso foi um pouco otimista – nem todos os sites, mesmo em 2008, são feitos com padrões web. Mas muitas pessoas ouviram. Navegadores antigos perderam parte do mercado, e mais dois grandes sites foram refeitos usando os padrões web: Revista Wired em 2002, e ESPN em 2003 se tornaram líderes na área de suporte aos padrões web e novas técnicas.

Também em 2003, Dave Shea lançou um site chamado “CSS Zen Garden”. Este deve ter tido mais impacto aos profissionais web do que qualquer outra coisa, porque demonstrou verdadeiramente que o design inteiro pode mudar apenas alterando o estilo da página; o conteúdo pode permanecer idêntico.

Desde então na comunidade de desenvolvedores web profissionais os padrões web se tornaram obrigatórios. E nesta série, nós vamos lhe dar uma excelente base nessas técnicas para que então você possa desenvolver sites mais limpos, semânticos, acessíveis e complacentes com os padrões como as grandes empresas.

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